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Novidades na prevenção da cárie dentária

 Nos dias de hoje, quem nunca ouviu falar sobre cárie dentária? Cerca de 3,6 milhões de pessoas a nível mundial vêem a sua dentição permanente afectada por esta doença. A cárie dentária é um processo que ocorre ao longo do tempo, é causada por ácidos produzidos pelas bactérias da placa bacteriana quando metabolizam os hidratos de carbono presentes nos restos alimentares que ficam na nossa boca. Só por aqui percebemos que se trata de uma doença multifactorial, qualquer pessoa poderá ver aparecer cáries na sua dentição mas há vários factores que aumentam o seu risco: a localização e posição dos dentes, desgastes dentários e restaurações partidas, certos alimentos e bebidas mais retentivos e ácidos, lanches constantes e ingestão muito frequente de bebidas açucaradas/ácidas ao longo do dia, higiene oral inadequada, ausência de flúor nas pastas dentárias, a idade, boca seca, azia, distúrbios alimentares…

Apesar disto, não devia ser considerado “normal” ter cáries. É fundamental percebermos que a cárie só acontece quando é afectado o equilíbrio entre a desmineralização dos tecidos dentários por ácidos e a remineralização e protecção dos mesmos tecidos por agentes remineralizantes e pela saliva. Existem ferramentas desenvolvidas pela medicina dentária moderna e pela ciência para retardar e, por vezes, até travar o processo que leva à evolução das cáries que actuam nos vários factores que contribuem directamente para o seu aparecimento:

- Higiene Oral adequada: que compreende a remoção da placa bacteriana de forma eficaz de todas as superfícies dos dentes, para que assim aconteça deve ser feita a escovagem pelo menos duas vezes ao dia e a limpeza interdentária, de preferência à noite, antes de deitar. Destes hábitos resulta a diminuição da quantidade de placa bacteriana que ataca os dentes;

- Alterando o tipo de bactérias da placa bacteriana: através do uso orientado pelos profissionais de saúde oral de pastas, géis ou colutórios antibacterianos podemos eliminar as bactérias com maior potencial para provocar cáries. A cereja no topo do bolo é o uso de Xilitol – um adoçante natural que impede que as bactérias mais cariogénicas se instalem novamente na placa bacteriana após serem eliminadas pelos agentes antibacterianos;

­- Neutralizando os ácidos das bactérias: existem pastas dentífricas no mercado que contêm princípios activos como, por exemplo, a arginina e que conseguem diminuir o tempo em que a boca fica ácida após a ingestão de alimentos;

- Escolhendo os alimentos e bebidas que ingerimos e com que frequência o fazemos: uma dieta saudável para todo o corpo é normalmente uma dieta saudável também para os dentes. O ideal será evitar o consumo de produtos açucarados, transformados e refinados, ricos em hidratos de carbono simples e que ficam mais “colados” aos dentes;

- Protegendo e enriquecendo os tecidos que formam os nossos dentes: através de agentes remineralizantes, como o flúor ou o cálcio e o fosfato, estes últimos são componentes naturais do esmalte e da dentina;

- Estimulando a produção da saliva: a saliva estimulada por pastilhas ou rebuçados de xilitol tem maior capacidade para manter um ambiente com pouca acidez na boca, protegendo assim todos os dentes.

Estamos na era da informação mas ainda assim não fazemos tudo o que está ao nosso alcance para evitar o aparecimento desta doença oral que causa transtorno da qualidade de vida de milhares de portugueses. A medicina dentária evoluiu e para evitar a cárie dentária já não prevalece apenas a regra “não comas doces e escova duas vezes ao dia”. Há mais armas ao nosso alcance, vença a batalha contra a cárie!