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Halitose

A halitose, também denominada de mau hálito, é caracterizada pela emissão de gases com odor desagradável, perceptível por outros, pela cavidade oral, independentemente da sua origem. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a halitose é quase sempre resultado de uma higiene oral insuficiente. Em 90% dos casos a sua origem é oral e não do foro orogástrico, sendo que cerca de 60% dos casos de halitose estão associados a algum tipo de patologia periodontal, que por si só requer tratamento clínico.

A nossa boca é constantemente povoada por milhões de bactérias, o que pode parecer assustador, mas a maioria delas não é prejudicial e até auxiliam no processamento de alimentos e produção de nutrientes que necessitamos para sobreviver. As bactérias benéficas existem em grande quantidade enquanto as patológicas subsistem num número reduzido, normalmente insuficiente para causar problemas. Muitas das bactérias que vivem na nossa boca são anaeróbicas, o que significa que não precisam de oxigénio para sobreviver. Essas bactérias anaeróbicas - incluindo as que colonizam a língua - podem produzir vários subprodutos, nomeadamente compostos de enxofre, que podem cheirar muito mal.

O mau hálito é mais intenso nos primeiros momentos do dia, ao acordar, pois as bactérias tiveram muitas horas para se multiplicar livremente durante a noite, tanto na superfície da língua como noutros tecidos moles e nos tecidos duros da cavidade oral. Para além disso o fluxo salivar diminui durante a noite. Isso faz com que esses compostos de enxofre se transformem em gases com maior facilidade, tornando o odor mais acentuado. A halitose pode ser igualmente mais perceptível noutras ocasiões como após várias horas de jejum, durante situações de muito stress, depois de se falar durante muito tempo, ou até após as refeições. Ter a boca seca também pode tornar o cheiro mais forte, o que pode acontecer se estiver desidratado ou se sofrer de xerostomia. A saliva neutraliza os ácidos bacterianos e limita o crescimento bacteriano, portanto, quando o fluxo salivar é menor, as bactérias aumentam em número e actividade e, por isso, o hálito pode ser mais acentuado.

Para se tratar e prevenir a halitose é importante que se mantenha hábitos diários eficazes de higiene oral com o objectivo de controlar a quantidade de bactérias que produzem compostos de enxofre e para garantir a saúde dentária e a ausência de problemas gengivais. Para além da escovagem e da limpeza interdentária recomenda-se a limpeza lingual com raspadores linguais especialmente concebidos para esse fim e a utilização de géis linguais hidratantes. Existem ainda colutórios e sprays de uso oral com princípios activos eficazes para controlo da halitose que se devem aliar à higiene oral diária. Embora as bactérias que causam mau hálito não sejam patogénicas, o que significa que não são prejudiciais ou causadoras de doenças, o mau hálito pode ser um sinal da presença de doença periodontal ou cáries dentárias. Se o seu mau hálito for acompanhado de sintomas como gengivas inchadas, hemorragia gengival ou mobilidade dentária, deve procurar aconselhamento junto do seu médico dentista ou higienista oral.